Foi proposta uma compilação dos critérios das Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Clínica Mayo e da Heart Failure Association of the European Society of Cardiology (HFA-ESC) adaptados para o sistema de saúde nacional. Recomenda-se uma abordagem em três níveis de complexidade:3,5
Etapa 1: Abordagem clínica pré-teste
A dispneia e a fadiga demandam anamnese e exame físico minuciosos. Eletrocardiograma, radiografia de tórax, ecocardiograma, peptídeos natriuréticos e teste cardiopulmonar são sugeridos para elaborar probabilidade clínica pré-teste concreta de ICFEp ou para descartá-la.5
Etapa 2: Pontuações confirmatórias
Dois sistemas de pontuação, o escore H2FPEF e o escore HFA-PEFF, foram recentemente desenvolvidos para estabelecer a probabilidade de diagnóstico.5
Etapa 3: Teste diastólico de esforço ou investigação invasiva
Nesta etapa, o paciente é submetido a um teste de esforço diastólico inicialmente não invasivo. Os índices selecionados são: E/e’ − estimativa da pressão de enchimento do VE e velocidade de regurgitação da valva tricúspide (VRT) –, e estimativa não invasiva da pressão sistólica da artéria pulmonar. Ao atingir o ponto de corte, acrescenta-se pontuação adicional à pontuação obtida na Etapa 2 (2 pontos se E/e’ ≥15; 3 pontos se E/e’ ≥15 e VRT >3,4 m/s). Se a soma for 5, ele atende ao critério de diagnóstico. Em casos selecionados, o teste de estresse diastólico invasivo também pode ser realizado.5
Aplicando a definição universal de IC para diagnosticar a ICFEp
O diagnóstico clínico de ICFEp é simples quando um paciente apresenta sintomas e sinais típicos de IC congestiva esquerda e/ou direita com FEVE ≥50%, juntamente com alterações ecocardiográficas típicas e níveis elevados de peptídeos natriuréticos. No entanto, pacientes com ICFEp podem não demonstrar essa apresentação clássica da IC. Na realidade, uma proporção significativa dos pacientes (~50%) só apresentará sintomas durante o esforço, sem evidências atuais ou prévias de hipervolemia ao exame clínico ou hospitalização prévia por IC descompensada.6
Para saber mais sobre como DISMISTIFICAR O DIAGNÓSTICO DA ICFEp, com apresentação de Caso Clínico, disponibilizamos para download material completo elaborado pelo Dr. Luiz Claudio Danzmann.
Referências
1. Hotta VT, Rassi DDC, Pena JLB, Vieira MLC, Rodrigues ACT, Cardoso JN, et al. Critical Analysis and Limitations of the Diagnosis of Heart Failure with Preserved Ejection Fraction (HFpEF). Arq Bras Cardiol. 2022 Sep;119(3):470-9. 2. Ma C, Luo H, Fan L, Liu X, Gao C. Heart failure with preserved ejection fraction: an update on pathophysiology, diagnosis, treatment, and prognosis. Braz J Med Biol Res. 2020 Jun 5;53(7):e9646. 3. Danzmann LC, Belyavskiy E, Lagoeiro Jorge AJ, Mesquita ET, Torres MAR. O Desafio do Diagnóstico da ICFEp no Brasil. ABC Heart Fail Cardiomyop. 2021;1(1):63-6. 4. Pieske B, Tschöpe C, de Boer RA, Fraser AG, Anker SD, Donal E, et al. How to diagnose heart failure with preserved ejection fraction: the HFA-PEFF diagnostic algorithm: a consensus recommendation from the Heart Failure Association (HFA) of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2019 Oct 21;40(40):3297-317. 5. Fernandes-Silva MM, Mourilhe-Rocha R, Brito FS, Jorge AJL, Issa VS, Danzmann LC. Emerging Topics in Heart Failure: Heart Failure With Preserved and Mid-Range Ejection Fraction. Arq Bras Cardiol. 2020 Nov;115(5):949-52. 6. Hortegal RA. Decodificando os Dilemas Diagnósticos da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada: Aplicando a Definição Universal para uma Melhor Padronização Diagnóstica. Arq Bras Cardiol: Imagem cardiovasc. 2023;36(3):e20230074.
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